The catastrophic Gulf of Mexico oil spill could have been an excellent opportunity for President Barack Obama to promote one of the highlighted points in his electoral campaign: limitation of carbon dioxide (CO2) emissions through carbon credits negotiable on the market (cap and trade). As is clear, aside from petroleum consumption being one of the biggest sources of air pollution, oil exploration in deep waters can cause disasters of gigantic proportions. The U.S., like other countries, has to prepare for a post-petroleum era by investing more in biofuel, hydropower, solar, wind, and tidal energy.
The irony is that, in the U.S., the BP Deepwater Horizon platform disaster is producing the opposite of what one might expect: the Republican opposition has incited attacks on the president as revenge for Democratic harsh criticism of ex-president George W. Bush about Hurricane Katrina in 2005. Moreover, the health plan approved by Congress, a historic victory for Obama, provoked an intense mobilization of conservatives and those who call themselves libertarians, gathered in the Tea Party movement.
To go along with all this “electoral yeast," November elections are in sight, with choice seats in the House and Senate and state governorships [at stake]. Clearly, democrats are on the defensive, even those who have criticized the White House for failing to take, at first, a more determined attitude against damages caused by an oil leak that seems endless.
As if this wasn’t enough, the demonized BP is among the oil giants previously invited to provide advice to the Senate in drafting a new law on climate and energy. BP, formerly British Petroleum, before the end of April this year, was preparing to change their name again. Having invested in solar and other alternative energies, the British company launched a campaign to become known as Beyond Petroleum.
This becomes particularly annoying now for the conservatives, who oppose initiatives for the creation of carbon credits, which, in their view, would [negatively] affect the competitiveness of American industry. "No one has explored the iconography of fake environmentalism so well as BP,"* wrote Daniel Foster, in National Review (6/16), a known conservative publication. The columnist advises readers not to be deceived by green advertising from the company, which "hasn’t been [anything] more than an oil company tremendously successful in generating profits."*
The image of BP is literally in the mud, although the company has agreed to create a $20 billion fund to pay damages to people and businesses hurt by the leak, instead of paying dividends this year. As the biggest shareholders in BP are British citizens or investment funds, the British Prime Minister David Cameron made a phone call to President Obama in an attempt to soothe the White House.
Pressed on several fronts, the U.S. president was forced into a strategic retreat. In a 17-minute speech, broadcast on TV, no mention of carbon credits was made. Senators John Kerry (democrat) and Joe Lieberman (independent) are still fighting for legislation to hold down emissions of greenhouse gases. But apparently, this theme will play on until after the November elections.
This is bad news for all those who care about ecological issues. The U.S. — which has not ratified the Kyoto Protocol and performed short of expectations at the Copenhagen Conference on Climate Change — is among the largest emitters of CO2 in the world. If the U.S. were to adopt more advanced legislation against pollution, this might serve as an inducement for China — now the world champion in that category — to start thinking seriously about it.
* Editor's Note: These quotes, accurately translated, could not be verified.
Petróleo e política Americana
O catastrófico vazamento de petróleo no Golfo do México poderia ter sido uma excelente oportunidade para o presidente Barack Obama promover um dos itens de maior destaque em sua campanha eleitoral: a limitação das emissões de dióxido de carbono (CO2) por meio de créditos de carbono, negociáveis no mercado (cap and trade). Como ficou patente, além da queima de derivados de petróleo ser uma das maiores fontes de poluição, a sua exploração em águas profundas pode causar desastres de proporções gigantescas. Os EUA, como outros países, têm que se preparar para uma era pós-petróleo, investindo mais em biocombustíveis, energia solar, eólica, das marés e hidreletricidade.
A ironia é que, nos EUA, o desastre da plataforma Deepwater Horizon da BP está produzindo o contrário do que se poderia esperar: a oposição republicana acirrou os ataques ao presidente, como uma vingança pelas acerbas críticas feitas pelos democratas ao ex-presidente Geoge W. Bush quando do furacão Katrina, em 2005. Além disso, a aprovação da reforma da saúde pelo Congresso, uma vitória histórica de Obama, provocou uma intensa mobilização de grupos conservadores ou daqueles que se intitulam libertários, aglutinados no movimento do Tea Party.
A isso se junta o fermento eleitoral, tendo em vista o pleito de novembro para a escolha dos membros da Câmara dos Representantes, de cadeiras no Senado e de governadores estaduais. Claramente, os democratas estão na defensiva, mesmo aqueles que têm criticado a Casa Branca por não ter tomado, de início, uma atitude mais decidida no combate aos danos causados por um vazamento de petróleo que parece interminável.
Como se não bastasse, a demonizada BP está entre as gigantes do petróleo anteriormente convidadas a prestar assessoria ao Senado na elaboração de uma nova lei para o clima e para energia. A BP, antiga British Petroleum, vinha, antes do fim de abril deste ano, preparando-se para mudar outra vez de nome. Tendo investido em energia solar e outras alternativas energéticas, a companhia britânica lançou uma campanha para se tornar conhecida como Beyond Petroleum.
Isso se torna agora particularmente irritante para os conservadores, que se opõem às iniciativas destinadas à criação de créditos de carbono, que, a seu ver, afetariam a competitividade da indústria americana. "Ninguém explorou tão bem a iconografia do falso ambientalismo quanto a BP", escreveu Daniel Foster, na National Review (16/6), conhecido órgão conservador. O articulista aconselha os leitores a não se deixar enganar pela publicidade verde da companhia, que "não tem sido mais que uma companhia petrolífera tremendamente bem-sucedida na geração de lucros".
A imagem da BP está literalmente na lama, apesar de a companhia ter concordado em criar um fundo de US$ 20 bilhões para pagar indenizações às pessoas e empresas prejudicadas pelo vazamento e em não distribuir dividendos este ano. Como os maiores acionistas da BP são cidadãos ou fundos de investimento britânicos, o primeiro-ministro David Cameron chegou a dar um telefonema para o presidente Obama, na tentativa de acalmar a Casa Branca.
Pressionado em várias frentes, o presidente dos EUA viu-se obrigado a um recuo estratégico. Em um discurso de 17 minutos, transmitido pela TV, nenhuma menção foi feita aos créditos de carbono. Os senadores John Kerry (democrata) e Joe Lieberman (independente) continuam lutando por uma legislação para conter a emissão de gases de efeito estufa. Mas, aparentemente, o tema ficará para depois das eleições de novembro.
Esta é uma má notícia para todos aqueles que se preocupam com questões ecológicas. Os EUA, que não ratificaram o Protocolo de Kyoto e que tiveram uma atuação aquém da expectativa na Conferência de Copenhague sobre Mudanças Climáticas , estão entre os maiores emissores de CO2 do mundo. Se adotassem uma legislação mais avançada contra a poluição, isso talvez pudesse servir de indução para que a China, hoje a campeã mundial nessa categoria, começasse a pensar seriamente no assunto.
This post appeared on the front page as a direct link to the original article with the above link
.